“Backstreet’s back, alright!?”

O ano era 1998. Eu tinha acabado de mudar de colégio, de bairro e, consequentemente, de vida (porque, claro, aos 14 anos tudo é assim dramático e exagerado) quando os conheci. E, por incrível que pareça, eu lembro exatamente como foi…

Fui na casa de uma colega fazer um trabalho (lembro-me da colega e lembro-me até de onde estava) e ela colocou um CD para colocar enquanto estudávamos. Foi amor à primeira vista – ou seria à primeira “ouvida”? – e os Backstreet Boys entraram na minha vida, definitivamente…

E como ser fangirl alucinada é algo que faz parte de mim desde que me lembro, o processo foi completo. Fui comprando/ganhando todos os CDs, fazia coleção de revistas em que eles apareciam na capa, recortava todas as reportagens de jornal que falassem alguma coisa deles e, é claro, tinha pôster na parede. Sim, eu era dessas – pôster do grupo e individual dos queridinhos de sempre: Kevin, Brian e Nick (porque, sim, sou clichê).

Adolescente que eu era, claro que eu sonhava em ir vê-los ao vivo. Quando eles vieram ao Brasil fazer o primeiro show, lá em 2001, um dos shows em SP aconteceu no dia do meu aniversário mas, infelizmente, não havia condições para que eu fosse ao show. Lembro-me da sensação de frustração que me acompanhou, que só não foi tão grande porque eu consegui, no dia do meu aniversário, vê-los na rua… Estava saindo de um evento no clube Esperia e eles estavam chegando ao Anhembi, ali perto. O Kevin estava com a cabeça para fora do carro e eu quase tive um troço de emoção. Ganhei meu dia e o aniversário ficou um pouco mais colorido…

Ai veio a formatura, a entrada na faculdade e aquele tal de “amadurecimento” que dizem que aparece na vida das pessoas… Junto com isso tudo, veio uma mudança no meu estilo musical e eu passei a escutar outras bandas e a desejar outros shows… Mas os meninos da Flórida nunca me abandonaram e, vira e mexe, eu desenterrava as músicas que um dia embalaram minha adolescência para me sentir com 15 anos outra vez… E sofri um pouco, sim, quando a banda deu uma pausa por causa dos problemas do AJ… e sofri ainda mais quando o Kevin deixou o grupo – estranho pensar que, por um tempo, eles foram apenas 4…

Outras vezes eles vieram ao Brasil e, novamente, ir ao show não era uma opção. Vontade não faltava, mas faltava outra coisa deveras importante ($$), afinal, a independência financeira, infelizmente, demorou a vir de maneira definitiva… Quando anunciaram a vinda deles agora em 2015, eu rapidamente defini: dessa vez, não passa. Eu precisava viver aqueles momentos, pela Luciana de 15 anos e pela Luciana de 31, que também merece.

E não foi fácil, muito longe disso, mas como valeu a pena… Lá estávamos nós, então, eu e Marcela, Marcela e eu, no Citibank Hall, onde voltamos às nossas versões adolescentes sem nenhum tipo de arrependimento e sem nenhum tipo de vergonha. Porque, claro, não podia ser diferente disso…

Foi um show de duas horas, milimetricamente cronometrado. Cada passo que eles dão no palco é calculado, isso ficou bem claro, e as coreografias são as mesmas de que nos lembramos, nos seus mínimos detalhes. Mas nada disso tira deles a espontaneidade e a química que fizeram deles a boyband com maior tempo de vida e de maior sucesso (beijo pras fãs daquela outra banda lá que nem merece ser citada aqui #mesentindocom15anos). Sério, gente, fiquei impressionada com a perfeição apresentada naquele palco…

Vou tentar comentar algumas coisas em tópicos, pra não ficar muito longo:

* They still got it. Sem dúvida nenhuma. Continuam lindos, simpáticos, talentosos e já disse lindos? Cantaram todas as músicas ao vivo – sem desafinar e sem perder o fôlego – e dançaram cada uma perfeitamente sincronizados, sem nenhuma hesitação. O Nick simplesmente não parava quieto no palco – parecia uma criança hiperativa! Brian também fez umas boas palhaçadas, assim como o AJ. Como era de se esperar. Kevin foi o mais sério – mas, surpreendentemente, foi o mais aplaudido…

* A pessoa que fez o setlist da turnê é simplesmente GENIAL. A turnê é do último CD deles, lançado em 2013, mas a maioria absoluta das músicas tocadas, eram dos álbuns antigos. Quando eles iam cantar as músicas novas, porém, elas estavam sempre no início de um bloco e eram apresentadas por um deles, que interagiam com o público de maneira divertida antes de falarem sobre a música e começarem a cantar. Ou seja, venderam o CD novo para quem, como eu e a Má, não tinha ainda escutado.

* Os figurinos eram perfeitos para quem curtiu a banda desde sempre… Quando eles entraram com os chapéus, por exemplos, para cantar/dançar All I Have to Give, eu e a Má olhamos uma para a outra e tivemos um micro(macro) surto. Sabe sonho se tornando realidade? Então, foi bem isso. Na verdade, o setting todo do show foi bem legal: uns degraus, onde eles fizeram vááárias coreografias que nos deixaram loucas e um telão onde passavam imagens aleatórias, porém lindas, durante as músicas. Juntando com um jogo de luz fantástico e, claro, eles 5, foi basicamente tudo de necessário…

* Eles fazem uma parte do setlist de forma 100% acústica, sentados em um semicírculo, cada um com um instrumento nas mãos. Foi a parte onde tirei mais fotos – porque eles estavam paradinhos e lindos, como sempre – e é aquele momento que cala a boca de todo mundo que diz que eles não sabem cantar. Porque eles, claramente, cantam demais…

Resumindo – porque não acho que alguém vai querer ler tanta coisa assim – foram duas das melhores horas de todos os tempos, e um show do qual não me esquecerei tão cedo… Cantei, pulei, gritei, dancei e agi, sim, como se eu tivesse 15 anos (na primeira interação com o público, o Nick faz exatamente esse pedido, que todos ali ajam como se tivessem na adolescência, o que mostra que eles têm consciência de que o público envelheceu com eles). Claro que hoje de manhã, quando acordei para ir trabalhar, lembrei que na verdade tenho 31, mas quem se importa?

As pernas doeram o dia inteiro, meus pés e meus joelhos estão em estado de choque até agora e minha voz ficou na dúvida se vinha ou se ficava, mas fiquei o dia todo com um sorriso meio bobo no rosto, me peguei cantarolando músicas deles o dia inteiro…  E nem quando um aluno meu resolveu fazer lição de Matemática no meio da revisão para a prova eu perdi a sensação gostosa que me acompanha desde ontem…

Sabe, é verdade que a vida é cansativa e que eu tenho mil coisas com que me preocupar, mas se eu não pegar os pequenos grandes momentos como o show de uma banda querida para carregar comigo nos momentos complicados, de que adianta, né?

Ser fangirl é isso e é por isso que eu não deixarei nunca de ser uma – por mais “adulta” que eu seja… Que venham os próximos shows! ❤

BSBImagemAs imagens não mostram nem metade do que foi, mas dá pra trazer todas as lembranças de volta…

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